São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.
Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam,
barcos ou beijos,
as águas estremecem.
Desamparadas,
inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas,
verdes paraísos lembram ainda.
Quem as escuta? Quem as recolhe, assim , cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?
(Eugénio de Andrade diz-nos o valor que as palavras têm e o poder de que alguns abusam)
Literalmente.
Não sei a razão pela qual a música é tão importante. Qualquer coisa das modulações sonoras a conjugarem-se com os neurónios; algo primitivo a acertar com os batimentos cardíacos?...
Isto merece (a meu ver) investigação. Ou, se calhar, já está investigado e eu é que desconheço.
Esclareçam-me, s.f.f.
Não deixemos as cinzas arrefecerem, para as sentirmos esfarelarem-se nas mãos, sofrermos com o calor com que ainda ameaçam, olharmos o seu arrasto pela terra cadavérica.
Obriguemos a que explicações sejam apresentadas, responsabilidades concretizadas e assumidas.
Não deixemos que as ladaínhas governamentais nos iludam, que o tom jocoso ou emaciado das palavras nos aliviem.
Não me peçam calma!
Devíamos poder desligar as funções menos básicas do organismo, em caso de condições externas menos confortáveis.
Devíamos conseguir esquecer coisas e pessoas que não adiantam para o nosso bem-estar.
Devíamos atar e desatar mais facilmente o que condiciona o nosso melhoramento pessoal.
Ser estóico não me parece que seja um estado normal do ser humano. Porque, como dizia outro, "eu, é mais bolos"!
Gosto de rabiscar uns desenhos (depois, colori-los ou não é outra etapa) e só não tenho a disciplina dos verdadeiros sketchers porque me encolho de fazê-lo em público... O erro é difícil de aceitar, as educações antigas marcaram a vergonha a ferro em brasa nas nossas infâncias inseguras.
E daí eu penso: a vida é um desenhar sem borracha -- ou aceitas ou tornas-te num bicho de conta que nunca esticará as pernas!
Ali estão duas pessoas que ficaram amigas depois de uma bela gargalhada, para, tempos depois, se tornarem inimigas... na sequência de outra gargalhada.
Vá-se lá perceber os meandros da razão, ou da falta dela!
É impressão minha ou a vida é uma catrefada de maus acasos?
Este último filme, com o Deadpool, é de partir o caneco! Eu ainda não conhecia o Deadpool, mas a capacidade que o ator Ryan Reynolds tem para debitar frases sarcásticas como se fosse uma metralhadora é espantosa... Mas o que me interessou mais e me levou a ver o filme foi a participação de atores de outros universos: Jeniffer Gardner, Wesley Snipes (até Channing Tatum, cuja personagem deseja entrar na Disney...).
E há o Wolverine, que não desaparece e que, apesar dos pesares do (...)
Pois não era mais humano
Morrer por um bocadinho
De vez em quando
E recomeçar depois
Achando tudo mais novo?"
José Gomes Ferreira tem razão, até porque, se aos quarenta começamos a reparar na vida, só aos cinquenta, aos sessenta, é que se vai escrutinar a existência, apreciando cada detalhe... Mas, aí, hélas! , o relógio entra em modo de alarme.
Quem se estiver nas tintas para folgas especificamente nestes 2 dias, levante o braço!
Na cultura judaico-cristã, parar de trabalhar nos finais de semana, faz(ia) sentido: o culto esperava os fiéis e a malta juntava-se ao grupo, alegre e condicionada.
Nestes tempos de diversificação cultural, quem tem folga aproveita para ver cinema, teatro, museus... e fazer compras no shopping. Quem eram aqueles que queriam fechar TODO o comércio ao domingo?
E como é que a gente se entretinha?...
De Ava Gardner a Marilyn Monroe, de Madonna a Michael Bublé, não esquecendo Michael Jackson -- o que os fez, em devido tempo, famosos? Competência própria e alheia, carisma e arrojo -- e dinheiro, muito.
Depois de algum tempo, desvanesceu-se a estrelinha e vieram outros, para outros públicos e a roda da fama não pára.
Taylor quê?
Quem muito pensa pouco acerta? Quem muito procura perde o azimute?...
Nestes tempos de cólera, entre berros e insultos, queremos que alguém tenha culpa -- é humano. Tal como humano é aquele que desvaria. Em que é que ficamos?
Cá pra mim, que não sou de modas, quanto mais ouço o pessoal falante mais desejo desligar a ficha e fazer reset... Vou atingindo o ponto de não retorno, quando considero admirável uma pessoa que não conheço. Dá para crer?
Todos temos uma, mesmo que não se faça ouvir. Queremos que a diferença se note, que o tom nos identifique, que o estilo marque uma presença única. Queremos o aplauso, a concordância. Desejamos arrastar os outros com o nosso entusiasmo...
Só alguns conseguem: são os que nos marcam rendez-vous na livraria ou nos assobiam boas vindas digitais!
Tenham um frutuoso Dia do Livro.
Que tempos os nossos! Entre as fake news e as sugestões de verdade -- venha o diabo e escolha, que nós ficamos sempre à rasca!
É que pouca sinceridade é algo perigoso, mas muita sinceridade é fatal... Conforme o lado de que se vê a coisa 🤔
A propósito dos dizeres de gente pública, nos últimos dias (e desde sempre), veio-me à ideia a frase de Oscar Wilde "A ambição é o último recurso do fracassado".
O que ambicionam as pessoas ao dizerem o que dizem? Só elas sabem, até que o digam... Especulamos, também nós falamos, o que é que ambicionamos?
Exclamava Cícero e podemos nós repetir.
O pessoal bem que quer ser informado, mas, vai-se a ver, não encontra muito nexo no que ouve, porque meio mundo limita-se a ter um reflexo pavloviano nas tretas que enxameiam os comentários; o outro meio mundo...
Nem almirante inglês, nem humanista sul africano, nem atleta português... Falo da depressão/ tempestade pascal que nos dá cabo do juízo.
Não contesto a nomenclatura (nomes são nomes), mas tenho uma preocupação: no final do primeiro trimestre do ano, já vamos a meio do alfabeto (N); ou o mundo acaba em breve ou há que esticar o alfabeto!...
Há uma altura na vida em que uma pessoa considera atar uma corda ao pescoço e atirar-se a um poço. Para mim, acho que é hoje...
Há pouco, no café, pedi um pão de queijo e, ato contínuo, comecei a salivar de antecipação. Aquela espécie de maná alimentício chegou e logo o trinquei, mas não contei com a... globalização, digamos assim. É que havia mais buraco do que massa e ali estava eu a trilhar os dentes no vazio!
Contrafações há muitas, mas no pãozinho de queijo? (...)